Para pagar um piso de 1451,00 reais para o professor, não tem orçamento mas, para a roubalheira da mafia do congresso há muito dinheiro.
Comissão da Câmara aprova emenda que caba com tetos salariais no País
BRASÍLIA
- Com o Congresso em recesso branco por causa da conferência Rio+20,
comissão especial da Câmara aprovou nesta quarta-feira, 20, proposta de
emenda constitucional com potencial explosivo para as contas públicas. O
projeto acaba, na prática, com o teto salarial dos servidores públicos
não só da União mas também dos Estados e dos municípios. Retira ainda o
poder do presidente da República de definir o maior salário pago pela
administração pública no País. Essa função, pela proposta, será
exclusiva do Congresso, sem a necessidade de passar pela sanção ou veto
do Planalto.
A proposta ainda vincula os salários dos
parlamentares aos vencimentos dos ministros do Supremo Tribunal Federal
(STF). Com isso, toda vez que o Congresso aprovar aumentos salariais
para os magistrados, eles serão repassados automaticamente para os
deputados e senadores sem o desgaste político de votar um outro projeto
concedendo o autorreajuste. A "carona" é extensiva a outras autoridades.
O
texto fixa o mesmo salário para os três Poderes. Serão também
beneficiados o presidente e o vice-presidente da República, os ministros
de Estado, o procurador-geral da República e o defensor público-geral
federal. O salário do ministro do Supremo e do procurador-geral tem
efeito cascata em toda a magistratura.
Antirreforma. O projeto
aprovado precisa ser votado em dois turnos pelo plenário da Câmara antes
de seguir para o Senado. A proposta, na prática, coloca por terra as
reformas administrativas dos governos dos presidentes Fernando Henrique
Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, realizadas para frear o pagamento
de salários dos marajás do serviço público e tentar impor limites de
gastos com o funcionalismo.
Ainda não há um cálculo fechado sobre o
tamanho do impacto nas contas públicas que tal projeto causará caso
passe em definitivo pelo crivo dos parlamentares.
A proposta foi aprovada na comissão especial ontem por unanimidade, em reunião que durou pouco mais de meia hora.
Interlocutores
do governo no Congresso foram surpreendidos e consideraram que houve um
golpe dos deputados, aproveitando o esvaziamento da Câmara nesta
semana. Essa foi a segunda reunião da comissão especial que analisa o
projeto, instalada em 10 de maio passado.
Entre mudanças de
artigos e revogação de outros, a proposta do relator, deputado Mauro
Lopes (PMDB-MG), permite o acúmulo de pagamentos de várias fontes -
incluindo aposentadoria, salários, benefícios, decisões judiciais - para
o servidor público, mesmo que a soma exceda o teto, igual ao valor do
subsídio dos ministros do Supremo, atualmente de R$ 26.723,13. O texto
aprovado retira ainda os limites atuais para o salário dos servidores
estaduais e municipais, mudando a regra constitucional.
A
Constituição (no inciso XI do art. 37) estabelece como limites para os
servidores do Executivo municipal o salário do prefeito. Para os
estaduais, o do governador. No Legislativo, o limite é o salário do
vereador ou do deputado estadual e há ainda a limitação do salário do
desembargador do Tribunal de Justiça como parâmetro no âmbito do Poder
Judiciário, com aplicação também para membros do Ministério Público e a
defensores públicos.
"Correção". O relator afirmou que a proposta
corrige a falta de isonomia atual entre os funcionários públicos. "Não
se constata razão suficiente para diferenciar os servidores estaduais e
municipais dos federais. Se há um teto remuneratório, ele deve ser o
mesmo, qualquer que seja a esfera de governo, até para que a própria
Constituição não entre em contradição", argumentou Lopes, repetindo a
justificativa apresentada pelo deputado João Dado (PDT-SP), autor do
trecho adotado pelo relator.
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