Que seu trabalho no Conselho Nacional de
Justiça seja reconhecido pela presidente Dilma, que a indique para assumir a
vaga aberta no Supremo Tribunal Federal, deixada pelo ministro Cezar Peluso que
se aposentou. Eliana Calmon fez um excelente trabalho ao tornar público para
todos os cidadãos brasileiros a podridão, a corrupção e os altos salários dos juízes,
que em alguns casos chegavam a receber 700 mil reais mensais, entre benefícios
e outras coisas.
Precisamos que muitos líderes sigam seu
exemplo de profissionalismo, dedicação, sabedoria e paciência.
Emocionada, Eliana Calmon
diz ter conhecido 'entranhas' do Judiciário
A
ministra Eliana Calmon encerrou sua gestão como corregedora nacional de Justiça
nesta terça-feira
Emocionada após a conclusão dos dois anos de
mandato como corregedora nacional de Justiça, a ministra Eliana Calmon afirmou
nesta terça-feira, em sua última sessão no Conselho Nacional de Justiça (CNJ),
que conheceu as "entranhas" do Poder Judiciário brasileiro durante o
período. Calmon, que foi criticada durante a presidência de Cezar Peluso no
CNJ, disse, em um discurso esperançoso, que conheceu o melhor trabalho de sua
vida.
"Tive a oportunidade de conhecer as entranhas
do Poder Judiciário. Tive a possibilidade de constatar aquilo que eu já vinha
falando há muitos anos: é possível mudar. Nós, magistrados, podemos mudar o
destino dessa nação. Basta nós querermos, basta nós acreditarmos.
Principalmente após a Constituição de 88, que nos deu o poder de fiel da
balança", disse a ministra. "Chega de falar da imposição que o
ministro tem de ser reconhecido na sociedade porque é juiz. O juiz tem de ser
respeitado pelo que ele faz para a sociedade. É um prestador de serviço",
completou.
Conhecida por ser dura contra juízes acusados de
corrupção, Calmon teve de assistir ao Supremo Tribunal Federal (STF) julgar o
poder de investigação do CNJ, decisão que acabou favorável à atuação da
ministra. As afirmações da corregedora na mídia provocaram mal-estar com o
então presidente do STF, Cezar Peluso, cargo que acumula a chefia do CNJ. Em
nota, o ex-ministro chegou a sugerir que a corregedoria havia investigado
ilegalmente ministros do Supremo quando apurou pagamentos irregulares por parte
do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).
"Fui feliz aqui. Não tenho absolutamente
mágoas. Não tenho débitos, nem tenho créditos. (...) Fui indiscreta enquanto
corregedora, porque precisei ser indiscreta. Precisei usar a mídia. Precisei fazer
com que a população soubesse o que passava no Poder Judiciário", afirmou.
"Posso dizer aos senhores que foi o cargo mais maravilhoso que exerci
nesses 34 anos de magistratura".